quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Lua

O tamanho exato que tem a lua

Eu medi nos olhos apagados

Que o mendigo mais cansado abriu

Só para ver o céu ir embora


Sei que mede mais que uma pupila

E hora ou outra trepida e alaga

Enche duma lágrima salgada

Que eu imagino por fome


E a lua se mantém exata

Inabalada, sustentada no negrume

Num pretume ensurdecedor

Que não diz nenhuma palavra


Ai dá uma ou duas respiradas

Coisa profunda, que enche o peito

Bonito como cinema

Parecia coisa gravada, até bati palmas


E morreu, obviamente fechando a lua

Escondendo entre pálpebras a noite mais linda

O céu menos estrelado, porém mais luado

E me sobrou um corpo estendido, reapagado



Ps.: Um convite pra todos vcs... http://abreparenteses.blogspot.com/ ... e boas festas povo!

4 comentários:

  1. Realmente poético. Afinal, a Lua é a madrinha da poesia né? Refletida em pupilas , então...Visitei o "Abre/Fecha Parenteses, mas gostei mais deste aqui. Abraço.

    ResponderExcluir
  2. Lucas, coloca teu link na lista de blogs!

    ResponderExcluir