terça-feira, 13 de outubro de 2009




A vida custa-lhe a morte. A estrela torna-se um profundo escuro e, de olhos abertos, cegueira, sufocando-se, cegueira. No paralelo, o mar espuma-se branco num falso reflexo, ao som que a mouca escuta atenta. Gritar não é o suficiente na retórica dos mudos, por isso, canta na tela branca da mente, mais lembrança do que existência. Tenta uma lágrima que se desfaz na própria origem para o mundo. Não sente o vento. Respira água. Cospe sangue. Seus tecidos secam. Seus lábios são silenciados por um frio salgado. Suas pálpebras fechadas para eternidade num derradeiro ralar da pele. Cócegas nas maçãs do rosto. Cabelos como ondas entre bolhas de ar. Uma súplica por um suspiro. A dor inevitável e um último badalo do coração nos ouvidos. A noite brilha mais que o dia e, a morte levanta-se para dançar.



Luiza Cerávolo

Um comentário:

  1. eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee

    a Luiza postou! \o/

    e' um dos textos do livro, ne'?

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